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Mostrando postagens de abril, 2022

Trabalho e luta

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 - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Primeiro de maio: dia do trabalhador. Uma comemoração da luta dos trabalhadores contra aqueles que exploram seu trabalho e em nome de condições dignas de trabalho; o episódio que marcou a data ocorreu em Chicago, no ano de 1886, no contexto fabril; ainda assim é bom lembrar que a razão deste feriado internacional diz respeito à luta de todos os trabalhadores, especialmente - hoje em dia - aqueles aprisionados na uberização do trabalho. Portanto, pensando rapidamente, poder-se-ia dizer que a data celebra a luta mais que o trabalho. Mas é preciso se debruçar cuidadosamente sobre o assunto para adotar uma posição mais segura a respeito do que esta data significa: escolhi três importantes nomes, dois contemporâneos aos episódios de 1886 e um outro que morreu três anos antes, para tentar demonstrar ao leitor que trabalho e luta são indissociáveis. O que mor

A polissemia das máscaras

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  - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Fim de semana de Carnaval em abril. Aproveito a ocasião para, então, escrever o que eu teria escrito na ocasião do Carnaval e que ficou para segundo plano por conta do início da guerra da Rússia contra a Ucrânia. A guerra continua, é verdade, mas dessa vez não deixarei de falar das máscaras. As máscaras não são exclusivas do Carnaval, mas nessa época do ano elas se tornam um interessante símbolo dessa festa. O sentido mais corriqueiro que se dá para o uso das máscaras, e parece ser aquele presente no Carnaval de Veneza e nos bailes de máscaras barrocos, é o seguinte: as pessoas vestem máscaras para se manterem no anonimato e, assim, poderem se sentir livres para dizer, fazer e atuar o que não se sentiriam encorajados a fazer caso todos soubessem quem elas são. É o sentimento semelhante de quem resolve, numa viagem para um destino em que não conhece n

O trauma da morte do Pai e do Filho

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   - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Fim de semana atribulado...texto atrasado. Acontecerá outras vezes... Na semana passada dei minha primeira aula no Programa de Pós-Graduação em Psicanálise e Políticas P úblicas da UERJ (PPPP-UERJ), no Mestrado Profissional. Naquela aula surgiu uma discussão a respeito da experiência do supereu como um ataque sádico sobre o eu, realizado pelas figuras parentais e seus valores morais enquanto objetos introjetados.  Ontem foi o Domingo de Páscoa; sendo assim, aproveito a ocorrência próxima destas duas datas para tratar, aqui, da experiência cultural como traumática e de sua relação com a Paixão de Cristo. Retábulo de Issenheim  (Mathias GRÜNEWALD, 1512-16)  Em Totem e tabu  (1912-13), Freud dedica algumas linhas a pensar criticamente justamente a doutrina e a celebração cultural cristã da Paixão de Cristo até Sua Ressureição na Páscoa. Vamos ao que Freu

Monet e o que não é divertido

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  - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Está acontecendo, no Boulevard Olímpico, na Gamboa, no Rio de Janeiro, uma exposição multimídia chamada Monet à beira d'água , na qual são projetadas através de animações digitais, várias pinturas do mestre e precursor do Impressionismo.  Essa exposição repete algo que está bastante em moda na atualidade: centrar na diversão o fundamento e o foco do que poderiam ser diversos tipos de experiência estética. Vemos isso na produção, organização e divulgação de inúmeros trabalhos artísticos atuais e tentativas de tornar acessíveis produções antigas. É como se só fosse possível fruir de uma obra de arte se ela fosse divertida. Quero hoje discutir o problema do 'divertido', a partir do próprio Monet - e com a costumeira ajuda de Freud. As ninfeias - As nuvens  (Claude MONET, 1920-26) Chamo de 'divertido' a experiência estética que provoca

Muros brancos

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  - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRADUTOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Lembro os leitores que este blog é um projeto de extensão universitário, sou professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), dou aula para o curso de psicologia do campus de Rio das Ostras. Mas eu não pisava no campus, devido à pandemia de COVID-19 e o consequente trabalho remoto estabelecido como alternativa ao presencial, há dois anos até terça-feira passada, dia 29 de março de 2022. E o meu texto de hoje trata da triste surpresa que tive ao retornar presencialmente a este campus após um intervalo de dois anos. Grafite de Lobão que foi apagado durante a pandemia Antes de entrar nos prédios, antes de encontrar os colegas e alunos, me deparei com uma importante diferença de 2020 para 2022. Os muros e paredes estão todos brancos. Antes, havia neles a arte do grafite, parte dela, inclusive, feita pelo artista plástico Lobão (não confundir com o cantor