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O susto e o estranho: comentário psicanalítico sobre A sagração da primavera

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 -   IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN - Sagração (Deborah COLKER, 2024) Nos próximos dias, de 21 a 24 de março, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a Companhia de dança de Deborah Colker apresentará a sua versão para o balé de A sagração da primavera (STRAVINSKI, 1913), composição musical revolucionária do russo Igor Stravinski, feita para ser apresentada conjuntamente ao balé desenvolvido especificamente para esta peça, cuja coreografia foi dirigida, originalmente por ninguém menos que Vaslav Nijinski. Infelizmente não consegui ingressos e não tenho ideia do que a maior coreógrafa brasileira, Colker, inventou desta vez com Sagração (2024). Ainda assim, creio que é possível, aqui, tecer alguns comentários a respeito da estética da obra original, seu lugar na história da música e da dança, e algumas reflexões psicanalíticas que ela me provoca. O tema da música e do balé é o seguinte

Rita Lee nos fez desejar

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  - IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN -  Uma semana após ter escrito sobre os Titãs, retorno ao rock de São Paulo (e não só de São Paulo, mas de todo o Brasil), mas dessa vez com tristeza - Rita Lee morreu. É lamentável que a hora de dedicar um texto a ela se dê no momento de sua morte e é igualmente lamentável que tenhamos perdido há não tanto tempo assim Gal Costa, outra grande estrela da mesma geração. Na ocasião da morte de Gal escrevi neste blog sobre sua importância, que se deve, dentre outros motivos, por ser uma dessas raras artistas amadas por brasileiros de diferentes regiões, classes, posições políticas, crenças - o que nos dá uma sensação de união tão importante em tempos de esgarçamento do laço social devido ao ódio político e religioso - e, naquele texto, mencionei outra artista com este poder: justamente nossa Rita Lee. E agora a perdemos também. Muito triste ficar triste

O heroico na voz de Milton Nascimento

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  - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Milton Nascimento anunciou que realiza agora sua última turnê. O texto de hoje é uma homenagem ao grande cantor e compositor cuja obra marcou a vida de muita gente - entre elas, eu. Milton Nascimento nos anos 1970 Suas composições e suas interpretações, a rigor, poderiam ser separadas, afinal Milton canta canções de outros autores e algumas de suas composições já foram executadas por outros intérpretes. Mas seu estilo de cantar é tão singular, único e marcante que parece fazer com que suas canções apresentem sua verdade quando ele as interpreta. E mais, quando Milton canta a música de outros, ele as torna expressões suas. Seja no arranjo, seja mesmo em seu canto, há uma marca contínua na música de Milton Nascimento que pretendo comentar abaixo. Em sua música, às vezes, escutamos sua voz frágil, em falsete, trêmula. Às vezes, em geral quando percorre no