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Psicanálise, velhice e solidão (e uma crítica a Pasternak)

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  - IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN - Na semana passada foram divulgados diversos dados recolhidos no último Censo Nacional. Ainda há muitos a virem a público, mas o que se divulgou já basta para eu escrever sobre algo importante que marcará o futuro próximo do Brasil. Antes deste Censo, já se considerava a estimativa de que em 2030 o número de idosos superará o de crianças e adolescentes. A Agência Brasil indica que o contingente de idosos residentes no Brasil aumentou cerca de 40% em 9 anos, enquanto houve uma queda de 5% no número de pessoas até 30 anos. O Censo, de certo modo, ratifica o dito acima ao divulgar seus primeiros dados. Soma-se a estes outro dado importante: encontrou-se um número menor de moradores por residência - e em especial um número maior de residências com um só morador -, e se tem uma estimativa importante: em breve, teremos mais gente idosa vivendo sozinha do

A morte assistida - um último ato psicanalítico

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 - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - O dia 23 de setembro é a data da morte de Sigmund Freud, ocorrida no ano de 1939. Não faria muito sentido lembrar desta data agora caso não remetesse a algum tema que concerne à atualidade. O que remete à atualidade é o modo como morreu Freud. Para quem não sabe, Freud havia combinado com seu amigo e médico, Max Schur, que o auxiliasse a morrer quando pedisse, que quando não aguentasse mais continuar a viver devido à dor causada por seu câncer no palato (que perdurava mesmo após mais de trinta cirurgias) que Max Schur administrasse a eutanásia de Freud (através de uma dose letal de morfina) - e, como foi noticiado há poucos dias, o cineasta Jean-Luc Godard decidiu morrer, agora em 2022, de maneira semelhante. Jean-Luc Godard Como se pode ler nas biografias escritas por Ernest Jones (1961) e por Peter Gay (1988), o biografado Sigmund Freud teve uma crenç

Monet e o que não é divertido

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  - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Está acontecendo, no Boulevard Olímpico, na Gamboa, no Rio de Janeiro, uma exposição multimídia chamada Monet à beira d'água , na qual são projetadas através de animações digitais, várias pinturas do mestre e precursor do Impressionismo.  Essa exposição repete algo que está bastante em moda na atualidade: centrar na diversão o fundamento e o foco do que poderiam ser diversos tipos de experiência estética. Vemos isso na produção, organização e divulgação de inúmeros trabalhos artísticos atuais e tentativas de tornar acessíveis produções antigas. É como se só fosse possível fruir de uma obra de arte se ela fosse divertida. Quero hoje discutir o problema do 'divertido', a partir do próprio Monet - e com a costumeira ajuda de Freud. As ninfeias - As nuvens  (Claude MONET, 1920-26) Chamo de 'divertido' a experiência estética que provoca