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Revisitando fragmentos para fazer o luto - homenagem aos que foram e abraço em que fica e luta

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 -   IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN - Quadrado preto sobre fundo branco (Kazimir MALEVITCH, 1918) Tendo em vista uma sucessão de problemas que se colocaram diante de mim nos últimos dias - doença na família, início da greve dos professores da UFF marcada para a próxima segunda-feira, morte do marido de uma querida amiga e colega de trabalho na UERJ, seguida da morte de um grande amigo, membro e ex-presidente do Espaço brasileiro de estudos psicanalíticos do Rio de Janeiro (EBEP-RJ), Júlio Bandeira de Mello (a quem dedico o que foi possível trabalhar hoje, entretanto sabendo que Júlio merece bem mais), além de eu mesmo (que não sou de ferro) ter ficado bastante gripado, mas aviso que já estou sarando -, o que consegui fazer neste blog foi o seguinte: a) Revisitar todas as postagens até hoje publicadas e, nelas fazer correções de eventuais erros de informação, inserir referências bibl

Escrever para não morrer e escrever para morrer

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 SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Faz já 60 anos que Michel Foucault publicou seu artigo "A linguagem ao infinito", que hoje pode ser encontrado na compilação Ditos & Escritos , no volume III: Estética: literatura e pintura, música e cinema (2001). Ali, o filósofo apresenta uma teoria da literatura moderna em contraposição aos textos de antes do século XVIII. Em homenagem aos 60 anos deste importante texto, pretendo recapitulá-lo e pô-lo em discussão com o pensamento psicanalítico sobre a escrita e com dois textos literários do século XX, um não citado por Foucault, o outro posterior ao artigo. O artigo em questão tem como ponto de partida  a ideia levantada por Maurice Blanchot de que escrevemos para não morrer - e Foucault acrescenta: também falamos para não morrer. "O discurso, como se sabe, tem o poder de deter a flecha já lançada em um recuo do tempo que é seu esp

Marcas diante das quais não se pode recuar

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- SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Creio que alguns leitores esperavam que eu comentasse as eleições nacionais ocorridas no Brasil hoje, porém não o farei até que terminem plenamente: ou seja, até que tenhamos os resultados do segundo turno das eleições para governadores e presidente. Por ora gostaria de comentar a arte de um pintor estadunidense, expressionista abstrato: o radicado novaiorquino Franz Kline cujo apogeu de seus trabalhos data dos anos 1940 e 1950. Sabra  (Franz KLINE, 1966) Kline fez parte do mesmo movimento que grandes nomes como Jackson Pollock e Mark Rothko, o expressionismo abstrato, o primeiro movimento de vanguarda nas artes plásticas cujo epicentro foram os Estados Unidos da América. Os anos 1940 vêem, com a ascensão do nazifascismo e da eclosão da Segunda Guerra Mundial em solo europeu, a vanguarda artística mudar-se para o outro lado do Atlântico pela primeira vez

A escrita afetiva de Pollock

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 - IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN -  Hoje não escrevo sobre uma obra de arte específica, mas sim sobre a obra, a produção de uma trajetória de vida artística, de Jackson Pollock. Um. Número 31  (Jackson POLLOCK, 1950) Pollock foi um pintor estadunidense do século XX, cuja maior produção foi feita nos anos 40 e 50, interrompida por sua morte precoce. Quem já se deparou com um quadro de Pollock, geralmente de tamanho monumental, não sai ileso. É impactante. Quem já leu ou viu registros do seu processo criativo também. Pollock pintava com a tela no chão, deixava a tinta pingar, atacava a tela com movimentos de violentos a sensuais numa espécie de transe extático, uma dança agressiva cujo resultado vemos nos mais diversos museus de arte moderna do mundo - e hoje também na louvada internet . Aliás, a mistura de violência e sensualidade é o nosso assunto de hoje. Pollock pintando Se