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Mostrando postagens com o rótulo Arte moderna

O susto e o estranho: comentário psicanalítico sobre A sagração da primavera

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 -   IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN - Sagração ( Deborah COLKER , 2024) Nos próximos dias, de 21 a 24 de março, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro , a Companhia de dança de Deborah Colker apresentará a sua versão para o balé de A sagração da primavera ( STRAVINSKI , 1913), composição musical revolucionária do russo Igor Stravinski , feita para ser apresentada conjuntamente ao balé desenvolvido especificamente para esta peça, cuja coreografia foi dirigida, originalmente por ninguém menos que Vaslav Nijinski . Infelizmente não consegui ingressos e não tenho ideia do que a maior coreógrafa brasileira, Colker, inventou desta vez com Sagração (2024). Ainda assim, creio que é possível, aqui, tecer alguns comentários a respeito da estética da obra original, seu lugar na história da música e da dança, e algumas reflexões psicanalíticas que ela me provoca. O tema da música e do balé ...

Veneza, século XVI: Arte, capitalismo e as raízes da estética neoliberal

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 -   IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN - Danae e a chuva de ouro ( TICIANO Vecellio , 1544-46) Volta e meia, em textos recentes, me debrucei sobre a estética própria à cultura neoliberal, uma estética ostentatória, de imposição de uma imagem de potência fálica  e, ao mesmo tempo, de objeto a ser adorado, consumido, atraente mas também ameaçador. Isso é abordado, por exemplo, em "Velozes, furiosos e narcísicos", de 11 de abril de 2023, bem como em "O naufrágio bilionário como verdade atuada", de 23 de junho de 2023 e ainda em "No subterrâneo do Village Mall : Banksy ou O agraciado veste Prada (e mais uma crítica a Pasternak)", de 4 de agosto de 2023, todos neste blog . Hoje testo uma hipótese a respeito das origens desta estética. Na obra Titian,Tintoretto, Veronese: rivals in Renaissance Venice (ILCHMAN org., 2009), encontramos, além de reproduções em lar...

A escrita afetiva de Pollock

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 - IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN -  Hoje não escrevo sobre uma obra de arte específica, mas sim sobre a obra, a produção de uma trajetória de vida artística, de Jackson Pollock . Um. Número 31  (Jackson POLLOCK, 1950) Pollock foi um pintor estadunidense do século XX, cuja maior produção foi feita nos anos 40 e 50, interrompida por sua morte precoce. Quem já se deparou com um quadro de Pollock, geralmente de tamanho monumental, não sai ileso. É impactante. Quem já leu ou viu registros do seu processo criativo também. Pollock pintava com a tela no chão, deixava a tinta pingar, atacava a tela com movimentos de violentos a sensuais numa espécie de transe extático, uma dança agressiva cujo resultado vemos nos mais diversos museus de arte moderna do mundo - e hoje também na louvada internet . Aliás, a mistura de violência e sensualidade é o nosso assunto de hoje. Pollock pintando...