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Mostrando postagens com o rótulo elaboração

Revisitando fragmentos para fazer o luto - homenagem aos que foram e abraço em que fica e luta

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 -   IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN - Quadrado preto sobre fundo branco (Kazimir MALEVITCH, 1918) Tendo em vista uma sucessão de problemas que se colocaram diante de mim nos últimos dias - doença na família, início da greve dos professores da UFF marcada para a próxima segunda-feira, morte do marido de uma querida amiga e colega de trabalho na UERJ, seguida da morte de um grande amigo, membro e ex-presidente do Espaço brasileiro de estudos psicanalíticos do Rio de Janeiro (EBEP-RJ), Júlio Bandeira de Mello (a quem dedico o que foi possível trabalhar hoje, entretanto sabendo que Júlio merece bem mais), além de eu mesmo (que não sou de ferro) ter ficado bastante gripado, mas aviso que já estou sarando -, o que consegui fazer neste blog foi o seguinte: a) Revisitar todas as postagens até hoje publicadas e, nelas fazer correções de eventuais erros de informação, inserir referências bibl

A felicidade de Wim Wenders

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 -   IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN - Ainda está em cartaz, nos cinemas, o último filme de Wim Wenders, Dias perfeitos (2023). Lindo filme que, creio, recoloca em cena uma discussão antiga, batida e, no entanto, sempre atual, a respeito da felicidade. O filme é uma sensível crítica ao sonho hegemônico de felicidade, repetidas vezes encenado nas telas de nosso mundo contemporâneo, seja nos sonhos noturnos e devaneios, nas imagens de propaganda comercial, nas fotografias, na internet , na TV ou no cinema. Desse modo, Dias perfeitos é um filme construído contra ou apesar do imaginário reiterado pela maior parte dos filmes que chegam aos nossos olhos. E, ao ser um olhar diferente a respeito da felicidade, reabre discussões encetadas também no campo psicanalítico. O que se lerá a seguir, inclui muita informação sobre o filme. Quem não gosta de spoilers antes de ver a obra, esteja já adve

Genealogia, psicanálise e o Golpe de 1964

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 SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - O texto de hoje foi escrito em diálogo com o conteúdo de minhas aulas no Mestrado Profissional em Psicanálise, Ciência e Política, na UERJ (cujo nome anterior era Psicanálise e Políticas Públicas), em particular as últimas, dadas numa disciplina organizada pelo ilustre colega Luciano Elia. Talvez se possa dizer também que este texto existe como convite a pensar as repetições de nossa cultura... O tema escolhido é o de relacionar o método psicanalítico de Freud e o método genealógico (de Nietzsche, com influências em Derrida e, especialmente, em Foucault). Sucintamente buscarei descrever o segundo para depois observar onde toca e onde se afasta do que Freud construiu em sua prática, bem como comentarei também os 59 anos do golpe de Estado de 1964 a partir destas reflexões sobre história. Genealogia da moral, uma polêmica (NIETZSCHE, 1887) é o texto nietz

COVID-19 e literatura

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 - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Nesta semana tive um interessante encontro com professores de um colégio do Rio de Janeiro para conversarmos sobre os traumas da pandemia e seus efeitos sobre o retorno às aulas presenciais. Naquele encontro me foi pedido que eu desse sugestões de como trabalhar o trauma das mortes por COVID-19 com os alunos. Apesar de achar que os professores de crianças e adolescentes são muito mais sagazes que eu para inventar um jeito de trabalhar este difícil tema, não me furtarei ao convite e o que segue abaixo são sugestões para aulas de literatura, mas não só: são sugestões de leitura para qualquer um, na verdade. Os nomes sugeridos são: Augusto dos Anjos, Graciliano Ramos, Miguel Falabella, William Shakespeare, Oscar Wilde e Thomas Mann. Portanto, tem literatura para todos os gostos aqui. Augusto dos Anjos  Para seguir com minha proposta, cabe, antes, um pouco

Trabalho e luta

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 - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Primeiro de maio: dia do trabalhador. Uma comemoração da luta dos trabalhadores contra aqueles que exploram seu trabalho e em nome de condições dignas de trabalho; o episódio que marcou a data ocorreu em Chicago, no ano de 1886, no contexto fabril; ainda assim é bom lembrar que a razão deste feriado internacional diz respeito à luta de todos os trabalhadores, especialmente - hoje em dia - aqueles aprisionados na uberização do trabalho. Portanto, pensando rapidamente, poder-se-ia dizer que a data celebra a luta mais que o trabalho. Mas é preciso se debruçar cuidadosamente sobre o assunto para adotar uma posição mais segura a respeito do que esta data significa: escolhi três importantes nomes, dois contemporâneos aos episódios de 1886 e um outro que morreu três anos antes, para tentar demonstrar ao leitor que trabalho e luta são indissociáveis. O que mor