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Mostrando postagens de fevereiro, 2023

Goya/1823 e Freud/1923

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  SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - 2023 é o ano do centenário da publicação de um dos textos mais decisivos de Sigmund Freud e, por consequência, da psicanálise: O eu e o isso . 2023 é, também, o bicentenário do término, por parte de Francisco de Goya y Lucientes, do que se tornou o expoente de sua arte - e talvez da arte romântica: as 15 obras conhecidas como as pinturas negras (14 delas estão no Museu do Prado, em Madri, e uma na coleção Stanley Moss, em Nova York). Meu texto de hoje é uma tentativa de articular estas duas aventuras - O eu e o isso e as pinturas negras - sem deixar de marcar a atualidade de ambas para seu tempo - e para o nosso. Comecemos por O eu e o isso . Este importante trabalho de Freud, de certo modo, é o ponto de chegada de uma pesquisa aprofundada sobre o eu como instância psíquica , iniciada em 1914, com "Sobre o narcisismo: uma introdução" (FREUD,

Máscaras, inteligência artificial e logro

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 SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Ano passado, considerando o Carnaval, publiquei uma postagem sobre esta festa popular, focado principalmente na prática do uso de máscaras. O texto ainda se encontra neste blog e se chama "A polissemia das máscaras", datado de 23/04/2022, por conta do Carnaval postergado pelo prefeito do Rio de Janeiro por precauções a respeito da possível disseminação do COVID-19 que, em fevereiro daquele ano, ainda estava alta. Eu retomo o tema das máscaras neste Carnaval, mas por outra via. Desta vez me interessa contrapor o jogo de ilusão produzido pelo uso das máscaras com outro que, nas últimas semanas, tem feito barulho entre usuários da internet interessados nos rápidos avanços da tecnologia da informação: a disponibilização de instrumentos de inteligência artificial avançados que, segundo os mais otimistas, de fato, pensam. Alguns temem o desenvolvime

Angústia e trauma na ameaça de violência

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  SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - O filósofo-psicanalista esloveno Slavoj Žižek publicou um interessante artigo, nesta semana (no dia 10 de fevereiro), na revista Jacobin Brasil : "Slavoj Žižek propõe um curto-circuito temporal". O ponto que quero destacar de seu artigo, no entanto, não é o tema principal do texto, mas sim um que me inspirou a pensar e escrever, na medida em que participo do grupo de pesquisa "Trauma e catástrofe", organizado por Joel Birman, na UFRJ. Me refiro à seguinte frase:  "E é crucial acrescentar aqui que a verdadeira catástrofe já vive sob a sombra da ameaça permanente de uma catástrofe" (ŽIŽEK, 2023, https://jacobin.com.br/2023/02/slavoj-zizek-propoe-um-curto-circuito-temporal/). O grito  (Edvard MUNCH, 1893) O contexto da discussão diz respeito, dentre outras coisas, ao efeito que as constantes ameaças tanto de golpes de estado de

Um sopro só não faz furacão

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 - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Retorno de férias, como muita gente, siderado pela grande quantidade de acontecimentos marcantes que se enumeraram do início de dezembro de 2022 até a primeira semana de fevereiro de 2023. Desde a vitória da Argentina na Copa do Mundo, passando pela morte de Pelé, até eventos mais intensos e de maior importância ética e política como a posse de Lula, a tentativa de golpe de Estado por parte de neofascistas em 8 de janeiro, a tragédia com cheiro de genocídio dos ianomami e a baixaria política envolvendo figuras como Marcos do Val, para mencionar o que primeiro vem à mente; provavelmente devo ter esquecido de alguma coisa. Hoje não tratarei de nada disso, no entanto, ao menos diretamente. Pode ser que ao longo do ano encontre inspiração para falar desses assuntos. Cartaz do filme Rolling Thunder Revue: a Bob Dylan Story  (Martin SCORSESE, 2019)  Por hoje,