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Mostrando postagens de março, 2023

Aquele abraço ao Pão de Açúcar

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 SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Estava marcado para hoje às 13 horas, na praça General Tibúrcio, na Praia Vermelha, Urca, Rio de Janeiro, um "Abraço ao Pão de Açúcar - pela conservação do patrimônio", organizado pelo Movimento Pão de Açúcar sem tirolesa . Provavelmente quando muitos tiverem lido este texto o evento já terá ocorrido. Quero comentar a importância do evento e ir um pouco além, hoje. Sei que tenho leitores que não são do Rio de Janeiro e, provavelmente, alguns que jamais vieram ao Rio. Pouco importa! Todo mundo sabe que o morro do Pão de Açúcar com seu bondinho, bem como o morro do Corcovado com a estátua do Cristo Redentor, são símbolos da cidade tão fortes quanto são a torre Eiffel para Paris, a Estátua da Liberdade e o edifício Empire State  para Nova York, a Ópera de Sydney para a cidade australiana ou as pirâmides da necrópole de Gizé para o Cairo.  Todos es

Psicanálise e realismo

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 SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Em muitos de seus trabalhos, o psicanalista Joel Birman buscou articular modernismo, modernidade e psicanálise (BIRMAN, 1997, 2000, 2006, 2012 e 2022). Me interessa, hoje, destacar a diferença que ele sinalizou entre os termos modernidade e modernismo. Grosso modo, a primeira diria respeito ao tipo de ordem cultural erigida no ocidente a partir dos seguintes fatores: a) desenvolvimento do capitalismo, b) desenvolvimento da ciência moderna, c) o Iluminismo e d) as revoluções setecentistas (a americana e a francesa). O modernismo, por sua vez, diria respeito ao desenvolvimento da crítica à própria modernidade, que já tem início no romantismo alemão; contudo é importante destacar que a crítica modernista não é uma crítica reacionária, uma rejeição da modernidade, uma vontade de recuo no tempo como algumas figuras do romantismo pareciam ser (GUSDORF, 1981); a

Escrever para não morrer e escrever para morrer

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 SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Faz já 60 anos que Michel Foucault publicou seu artigo "A linguagem ao infinito", que hoje pode ser encontrado na compilação Ditos & Escritos , no volume III: Estética: literatura e pintura, música e cinema (2001). Ali, o filósofo apresenta uma teoria da literatura moderna em contraposição aos textos de antes do século XVIII. Em homenagem aos 60 anos deste importante texto, pretendo recapitulá-lo e pô-lo em discussão com o pensamento psicanalítico sobre a escrita e com dois textos literários do século XX, um não citado por Foucault, o outro posterior ao artigo. O artigo em questão tem como ponto de partida  a ideia levantada por Maurice Blanchot de que escrevemos para não morrer - e Foucault acrescenta: também falamos para não morrer. "O discurso, como se sabe, tem o poder de deter a flecha já lançada em um recuo do tempo que é seu esp

a propósito das joias

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 SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - O assunto de hoje são as joias. Ou talvez devêssemos escrever em espanhol - joyas -, pois evocam, ao mesmo tempo, o termo joy da língua inglesa? Pretendo discutir neste texto o joy embutido na joia/joya...ou deveríamos ainda dizer na joy 'a'? Há duas semanas eu havia mencionado a teoria do amor que o psicanalista francês Jacques Lacan desenvolveu em seu O seminário livro 8: a transferência (LACAN, 1960-61). Comentei que naquela altura de seu ensino, Lacan tentou pensar o próprio amor como tela na relação do sujeito com o objeto. Este objeto de que fala Lacan não é, portanto, o objeto total da imagem da figura amada, mas, ao contrário, um objeto escondido e parcial que, desde dois anos antes, vinha sendo designado por objeto a .  Neste seminário, tendo em vista a escolha de sua abordagem do tema - se debruçar sobre um dos mais célebres textos s