Postagens

Mostrando postagens com o rótulo eu

O ódio ao intelectual

Imagem
 -   IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN - Já que ontem foi o Dia do Mestre e alguns episódios recentes - somados a outros não tão recentes -, se relacionam, de modo desagradável, à figura do pesquisador e professor universitário, os tomo como ensejo de uma manifestação minha, que também sou professor e pesquisador universitário: - Michel Gherman, estudioso de referência quando o assunto é antissemitismo, foi impedido de falar em evento realizado na PUC-RIO para se discutir o conflito entre Hamas e Israel. Gherman foi acusado de ser pró-Hamas, aparentemente porque, além de condenar veementemente a violência atroz cometida pelo Hamas, ter também problematizado o modus operandi desumano do Estado de Israel em relação à Faixa de Gaza. Minha solidariedade a Gherman. - Recentemente houve na UFBA uma manifestação de estudantes contra uma professora, acusando-a de transfóbica, tendo em vista um

Velozes, furiosos e narcísicos

Imagem
 SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Em 1953, e, portanto, há 70 anos, era publicada, no International Journal of Psychoanalysis , uma conferência proferida por Jacques Lacan dois anos antes, diante da British Psychoanalytical Society, sob o título de "Algumas considerações sobre o eu" (LACAN, 1951-53). Ela não pode ser encontrada nem nos Escritos (id., 1966), nem nos Outros escritos (id., 2001), sabe-se lá porque. E, no entanto, este texto anterior ao momento em que Lacan se tornaria o epicentro da psicanálise na França traz reflexões interessantes ainda para nossa atualidade. Escolhi aproveitar uma indicação de tal texto de Lacan para comentar um fenômeno que tenho percebido em nossa cultura brasileira de alguns anos para cá: uma mudança gradual da imagem do que seria o carro ideal, o tipo de carro referido como o 'melhor', em nossa sociedade. Aqui o termo 'ideal&#

Genealogia, psicanálise e o Golpe de 1964

Imagem
 SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - O texto de hoje foi escrito em diálogo com o conteúdo de minhas aulas no Mestrado Profissional em Psicanálise, Ciência e Política, na UERJ (cujo nome anterior era Psicanálise e Políticas Públicas), em particular as últimas, dadas numa disciplina organizada pelo ilustre colega Luciano Elia. Talvez se possa dizer também que este texto existe como convite a pensar as repetições de nossa cultura... O tema escolhido é o de relacionar o método psicanalítico de Freud e o método genealógico (de Nietzsche, com influências em Derrida e, especialmente, em Foucault). Sucintamente buscarei descrever o segundo para depois observar onde toca e onde se afasta do que Freud construiu em sua prática, bem como comentarei também os 59 anos do golpe de Estado de 1964 a partir destas reflexões sobre história. Genealogia da moral, uma polêmica (NIETZSCHE, 1887) é o texto nietz

Goya/1823 e Freud/1923

Imagem
  SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - 2023 é o ano do centenário da publicação de um dos textos mais decisivos de Sigmund Freud e, por consequência, da psicanálise: O eu e o isso . 2023 é, também, o bicentenário do término, por parte de Francisco de Goya y Lucientes, do que se tornou o expoente de sua arte - e talvez da arte romântica: as 15 obras conhecidas como as pinturas negras (14 delas estão no Museu do Prado, em Madri, e uma na coleção Stanley Moss, em Nova York). Meu texto de hoje é uma tentativa de articular estas duas aventuras - O eu e o isso e as pinturas negras - sem deixar de marcar a atualidade de ambas para seu tempo - e para o nosso. Comecemos por O eu e o isso . Este importante trabalho de Freud, de certo modo, é o ponto de chegada de uma pesquisa aprofundada sobre o eu como instância psíquica , iniciada em 1914, com "Sobre o narcisismo: uma introdução" (FREUD,