Postagens

Mostrando postagens com o rótulo totalitarismo

Genealogia, psicanálise e o Golpe de 1964

Imagem
 SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - O texto de hoje foi escrito em diálogo com o conteúdo de minhas aulas no Mestrado Profissional em Psicanálise, Ciência e Política, na UERJ (cujo nome anterior era Psicanálise e Políticas Públicas), em particular as últimas, dadas numa disciplina organizada pelo ilustre colega Luciano Elia. Talvez se possa dizer também que este texto existe como convite a pensar as repetições de nossa cultura... O tema escolhido é o de relacionar o método psicanalítico de Freud e o método genealógico (de Nietzsche, com influências em Derrida e, especialmente, em Foucault). Sucintamente buscarei descrever o segundo para depois observar onde toca e onde se afasta do que Freud construiu em sua prática, bem como comentarei também os 59 anos do golpe de Estado de 1964 a partir destas reflexões sobre história. Genealogia da moral, uma polêmica (NIETZSCHE, 1887) é o texto nietz

Deus e o Diabo na Terra do Neofascismo

Imagem
 - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Nos últimos dias, o Diabo foi convocado, no Brasil, diversas vezes. O discurso político de extrema-direita adotou o tom agressivo, obscurantista, e, no entanto, aparentemente eficaz do medo do Diabo. Ao associar qualquer ideia, pessoa ou prática, não importa de que espectro político for, ao Diabo, convence-se muita gente a se afastar daquela figura ou prática - me refiro aos muito religiosos, claro. Seja um candidato ou partido político, uma ideologia, uma prática artística, uma atividade lúdica, uma religião...tem sido sempre eficaz, quando se quer provocar o afastamento de boa parte da sociedade em relação àqueles, de sugerir ou mesmo afirmar que eles têm relações com o Diabo. Uma política, uma moral e mesmo uma estética do Diabo se erigem, novamente, na civilização ocidental. Esta mesma civilização criou o Diabo, ela mesma o colocou no armário. E ela

Dos 12 macacos aos 12 apóstolos

Imagem
 - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Assisti novamente, nesta semana, ao segundo filme da trilogia distópica de Terry Gilliam, Os 12 macacos  de 1996. O filme continua excelente e, na medida em que trata de temas como pandemia, totalitarismo e a dificuldade de distinguir entre realidade e imaginação, é uma obra atualíssima...com ressalvas. Pretendo, a partir do filme, discutir o imaginário dos anos 90, presente no filme, a respeito dos temas dados acima e compará-lo com o que vivemos hoje, 26 anos depois.  Cartaz de Os 12 macacos  (Terry GILLIAM, 1996) De certo modo, estes temas já haviam sido explorados no primeiro filme da trilogia distópica do cineasta americano, ex-integrante do grupo de humor inglês Monty Python. Brazil, o filme  (Terry GILLIAM, 1985), com Jonathan Pryce, Ian Holm e Robert de Niro, carrega tal nome de forma um tanto misteriosa: nunca se diz no filme onde se passa a hi