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Mostrando postagens com o rótulo Pulsão de vida

100 anos de masoquismo primário

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  -   IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN - Há 100 anos Freud publicava o artigo "O problema econômico do masoquismo" (FREUD, 1924), texto importante na reformulação teórica da clínica psicanalítica desencadeada pela observação de que repetimos compulsivamente experiências de desprazer. Esta constatação levou Freud a considerar a possibilidade de haver uma pulsão de morte, em Além do princípio do prazer  (id., 1920). O artigo de 1924 dá prosseguimento às reconfigurações conceituais iniciadas quatro anos antes, naquele trabalho, mas demarca mais um passo fundamental. Meu interesse hoje é demonstrar a potência deste texto psicanalítico para pensarmos a experiência político-cultural atual. Ano passado tentei demonstrar como o livro de Freud que fazia seu centenário naquele ano trouxe uma complexidade à concepção de aparelho psíquico não antes ensaiada. Me refiro a O eu e o isso (i

Uma pressão surda

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 - IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN -  Estamos nos aproximando do Natal e, por isso, me senti impelido a comentar e pensar a partir de alguma obra de arte que diga respeito a essa época do ano. Todavia, não se trata de uma obra natalina. Dia 22 de dezembro é a data de aniversário da primeira apresentação da Quinta Sinfonia de Beethoven, talvez sua mais famosa obra. No próximo dia 22, a obra fará 213 anos. Vida longa a ela e a Ludwig van Beethoven! Ludwig van Beethoven  (Karl STIELER, 1820) Uma obra que se move da alta tensão à solenidade, à leveza e à grandiosidade. Mas, tomada como um todo, é certamente marcada pela tensão inicial, de cabo a rabo (ou à coda ). Não à toa, seu primeiro movimento é o mais famoso, mais marcante: a frase simples, ritmada, insistente, que abre a sinfonia, jamais é realmente abandonada; outros temas surgem, mas sempre dialogando, repetindo, dando indícios do

Máximas e reflexões e seu caleidoscópio de associações

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 - IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN -  Hoje me dedico um pouco a falar com vocês do ótimo livro Máximas e reflexões (1893) , coleção de pequenas elaborações do poeta, dramaturgo, filósofo, botânico e mineralogista, o genial Johann Wolfgang von Goethe, produzidas ao longo de toda sua vida e obra: aliás, vida e obra, no caso de Goethe, não são tão dissociadas assim . Máximas e reflexões  é uma boa amostragem dos interesses e talentos múltiplos do maior nome da literatura alemã. Definir do que trata esta obra já é um desafio. Ali se encontram temas como o método científico, o papel do gênio na arte, reflexões filosóficas sobre a natureza, opiniões sobre a obra de Shakespeare, provérbios, estudos sobre os cristais, discussões sobre ética etc. Capa do livro Máximas e reflexões ( GOETHE, 1893, póstuma), edição da Forense Universitária Goethe acumulou estas notas ao longo de toda sua vida, d