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Mostrando postagens de julho, 2022

Dos 12 macacos aos 12 apóstolos

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 - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Assisti novamente, nesta semana, ao segundo filme da trilogia distópica de Terry Gilliam, Os 12 macacos  de 1996. O filme continua excelente e, na medida em que trata de temas como pandemia, totalitarismo e a dificuldade de distinguir entre realidade e imaginação, é uma obra atualíssima...com ressalvas. Pretendo, a partir do filme, discutir o imaginário dos anos 90, presente no filme, a respeito dos temas dados acima e compará-lo com o que vivemos hoje, 26 anos depois.  Cartaz de Os 12 macacos  (Terry GILLIAM, 1996) De certo modo, estes temas já haviam sido explorados no primeiro filme da trilogia distópica do cineasta americano, ex-integrante do grupo de humor inglês Monty Python. Brazil, o filme  (Terry GILLIAM, 1985), com Jonathan Pryce, Ian Holm e Robert de Niro, carrega tal nome de forma um tanto misteriosa: nunca se diz no filme onde se passa a hi

O conservadorismo e sua crítica na política eleitoral e na política psicanalítica

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 - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Nesta semana ocorreu a "Marcha para Jesus", evento evangélico cujo sentido parece ser menos a exibição da relação que aquelas pessoas têm com Jesus Cristo do que a demonstração de força política do setor evangélico de nossa sociedade. O termo marcha não é exclusivo do campo, mas certamente evoca a rotina militar, mas a marcha neste caso é para Jesus. Haveria algo de político em relacionar significantes que costumam aparecer na retórica militar e outros obviamente religiosos, como pretendo demostrar abaixo. Na "Marcha para Jesus" não há católicos, cristãos ortodoxos, espíritas ou luteranos, somente evangélicos, sejam eles pentecostais, neopentecostais ou não. É um evento em que os evangélicos desfilam, marcham para exibir sua força, sua potência, seu poder político como massa alinhada. Sendo um evento político, é claro que o president

Sublimação, criação e o trabalho analítico

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  - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Tenho escrito neste blog semanalmente desde novembro passado e, até agora, pouco falei de um conceito crucial em psicanálise quando o assunto em questão é arte ou cultura. Me refiro à sublimação. Depois de quase oito meses de blog, então, me dedico a escrever sobre este conceito. Auto-retrato  (Leonardo DA VINCI, 1520), o genial artista e cientista cuja obra influenciou Freud no desenvolvimento do conceito de sublimação  O que se segue é um resumo do que desenvolvo numa parte de meu livro Psicanálise, criatividade e depressão: um estudo sobre as subjetividades na cultura neoliberal  (CATTAPAN, 2021), que completa um ano de publicação. O primeiro registro do uso, por parte de Freud, ao escrever sobre psicanálise , do termo sublimação é a "Carta 61" do autor a seu interlocutor e amigo, Wilhelm Fliess. O termo surge relacionado ao desenvolvime