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O Novo contra o moderno

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  -   IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN - O Partido Novo acionou o Supremo Tribunal Federal, junto do IBDR (Instituto brasileiro de direito e religião), contra uma resolução do CFP (Conselho federal de psicologia). O objetivo é derrubar a resolução que veda a associação da atividade profissional dos psicólogos brasileiros a práticas, doutrinações ou discursos e atitudes que veiculam intolerância religiosa. Eu sou professor do curso de psicologia da UFF e, por isso, não me furto a me posicionar sobre o assunto. Já adianto que espero que o STF, mais uma vez, se posicione de modo a respeitar o teor republicano e democrático de nossa constituição federal e indefira a tentativa de derrubar a resolução responsável do CFP. A ação caiu no 'colo' do ministro Alexandre de Moraes. Aguardemos. Por ora, gostaria de comentar o posicionamento explícito do Partido Novo de defender uma pauta evid

Psicanálise, ciência e a questão do 'pseudo'

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 -   IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN - Tendo em vista a recente nova onda de acusações de que a psicanálise deveria ocupar, no campo epistemológico, um mesmo lugar nada glorioso de resíduo pseudocientífico, ao lado da astrologia e da homeopatia (por exemplo), onda decorrente da publicação e grande repercussão de Que bobagem! pseudociências e outros absurdos que não merecem ser levados a sério (2023), obra conjunta de Carlos Orsi e Natalia Pasternak, muitos psicanalistas , psicólogos, psiquiatras, epistemólogos e jornalistas têm se manifestado de forma contundente contra tal ação. Não se trata somente de um ataque à psicanálise, mas também de uma ereção da ideologia positivista como única forma de cientificidade possível -, com isso, autorizando veladamente o estudo e administração da subjetividade que se pratica unicamente na psicologia cognitivo-comportamental, nas neurociências e na

Psicanálise e realismo

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 SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Em muitos de seus trabalhos, o psicanalista Joel Birman buscou articular modernismo, modernidade e psicanálise (BIRMAN, 1997, 2000, 2006, 2012 e 2022). Me interessa, hoje, destacar a diferença que ele sinalizou entre os termos modernidade e modernismo. Grosso modo, a primeira diria respeito ao tipo de ordem cultural erigida no ocidente a partir dos seguintes fatores: a) desenvolvimento do capitalismo, b) desenvolvimento da ciência moderna, c) o Iluminismo e d) as revoluções setecentistas (a americana e a francesa). O modernismo, por sua vez, diria respeito ao desenvolvimento da crítica à própria modernidade, que já tem início no romantismo alemão; contudo é importante destacar que a crítica modernista não é uma crítica reacionária, uma rejeição da modernidade, uma vontade de recuo no tempo como algumas figuras do romantismo pareciam ser (GUSDORF, 1981); a

Escrever para não morrer e escrever para morrer

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 SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Faz já 60 anos que Michel Foucault publicou seu artigo "A linguagem ao infinito", que hoje pode ser encontrado na compilação Ditos & Escritos , no volume III: Estética: literatura e pintura, música e cinema (2001). Ali, o filósofo apresenta uma teoria da literatura moderna em contraposição aos textos de antes do século XVIII. Em homenagem aos 60 anos deste importante texto, pretendo recapitulá-lo e pô-lo em discussão com o pensamento psicanalítico sobre a escrita e com dois textos literários do século XX, um não citado por Foucault, o outro posterior ao artigo. O artigo em questão tem como ponto de partida  a ideia levantada por Maurice Blanchot de que escrevemos para não morrer - e Foucault acrescenta: também falamos para não morrer. "O discurso, como se sabe, tem o poder de deter a flecha já lançada em um recuo do tempo que é seu esp