Postagens

Mostrando postagens de fevereiro, 2022

O Estranho Amor pela Guerra - Solidariedade ao povo ucraniano

Imagem
- SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRADUTOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Minha ideia era escrever sobre o Carnaval, porém não só o Carnaval está cancelado como a invasão russa à Ucrânia se tornou um tema central, incontornável.  POR PRECAUÇÃO É PRECISO LEMBRAR QUE EM TEMPOS DE GUERRA, A PRIMEIRA VÍTIMA É A VERDADE (supostamente esta é uma máxima de Samuel Johnson), de modo que as informações a respeito da Guerra na Ucrânia que publico aqui correm o risco de serem desmentidas num segundo momento.  Como de costume, me apoio em alguma obra de arte como ponto de partida de meus textos; hoje parto de Doutor Fantástico  (1964), uma obra-prima cinematográfica, do genial cineasta estadunidense Stanley Kubrick para pensar o que estamos passando na atualidade. Cartaz de Doutor Fantástico  (Stanley KUBRICK, 1964) O filme data de 1964, o que quer dizer que foi realizado logo em seguida ao extremo  calor da famosa Crise dos mísseis entre C

Dedicado aos petropolitanos: A Catedral de Petrópolis

Imagem
 - IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN -  Minha vida inteira frequentei Petrópolis, da infância até hoje, portanto, o texto que segue é, evidentemente, carregado de afetos vários. Eu não poderia não escrever. Escolhi um símbolo da cidade como ponto central desta homenagem crítica à cidade que passa por uma tragédia infelizmente anunciada, uma repetição de outras tragédias de verão já ocorridas por lá. Segundo os dados que consultei na imprensa, ao escrever este texto, no atual momento [sendo atualizado*] contam-se 233 mortos e 4 desaparecidos devido a desmoronamentos e enchentes ocasionados pelas fortes chuvas de verão (mas seria somente um desastre natural?). O Centro da cidade foi, dessa vez, muito machucado, mas permanece lá, resistente, a Catedral de Petrópolis, o objeto-pretexto de meu pequeno ensaio. Catedral São Pedro de Alcântara , Petrópolis (Júlio Frederico KOELER, 1843; Francis

A estética do jogo fascista

Imagem
 - IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN -  Foi veiculado, via redes sociais, nesta semana, um vídeo do jornalista Pedro Dória que tratou, a partir do assassinato de Moïse Kabagambe [que também abordei em meu post anterior], do tema do fascismo e, mais particularmente, do fascismo brasileiro, indicando que o atual presidente da república encaixa-se perfeitamente na definição de fascista. Dória define fascismo a partir de Robert O. Paxton (1979), sinalizando que o tema do culto à morte real e simbólica é o ponto central ao qual se acoplariam, creio eu, características diversas, formando os diferentes fascismos históricos, a começar pelo que deu o nome ao monstro e que chegava ao poder, com Benito Mussolini, há 100 anos atrás.  Deste modo, há uma estética sempre presente no fascismo que poderíamos chamar de culto à morte, a qual se conjuga também com uma certa moral e com uma atitude política

Dignidade aos matáveis - luto por Kabagambe

Imagem
 - IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN -  O assassinato de um imigrante congolês no Rio de Janeiro, Moïse Kabagambe, aconteceu nesta semana. Ele foi surrado num quiosque na Barra da Tijuca porque cobrava pagamento atrasado por seus serviços. Surrado, espancado por pessoas portando tacos de beisebol e pedaços de pau, Kabagambe materializou o que ele, imigrante africano e pobre, é para seus agressores: um monte de carne e mais nada. Diante de tamanho horror, c onvoco o grande fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado para auxiliar-me a conceder a este homem um digno trabalho de luto. Imigrantes involuntários ou refugiados em Êxodos  (Sebastião SALGADO, 1999) A fotografia acima, de Sebastião Salgado, é apenas uma dentre muitas que compõem seu livro Êxodos  (1999), o qual documenta cenas da existência de diversos povos no mundo que, na época, eram obrigados a se exilar de seu lar, de suas terras,