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Mostrando postagens com o rótulo Inconsciente

Espetáculo e denegação no Mosteiro de São Bento

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  - IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN -  Em Rua de mão única (1923-28), o filósofo Walter Benjamin sugere que a condição de poder pensar uma cidade, sua cultura, sua vida, sua lógica, é a de uma distância necessária. A distância possível, para o autor, se daria através da visita a uma cidade que não é a sua, a estranheza quase etnológica seria a bússola da reflexão crítica. Vemo-lo aplicando isso, por exemplo, a Nápoles ou Moscou em Imagens do pensamento (1925-34). Mas já nesses ensaios a distância não é uma condição a ser mantida, ao contrário, Benjamin acentua a porosidade como condição da experiência, de modo que o sujeito vai, aos poucos, habitando o espaço. É no processo de afetação pela cidade que a reflexão sobre ela se daria, mas o estabelecimento da cidade como hábito/habitação confortável demais já seria o impedimento dessa experiência. É na exploração da cidade, na confecç

Genealogia, psicanálise e o Golpe de 1964

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 SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - O texto de hoje foi escrito em diálogo com o conteúdo de minhas aulas no Mestrado Profissional em Psicanálise, Ciência e Política, na UERJ (cujo nome anterior era Psicanálise e Políticas Públicas), em particular as últimas, dadas numa disciplina organizada pelo ilustre colega Luciano Elia. Talvez se possa dizer também que este texto existe como convite a pensar as repetições de nossa cultura... O tema escolhido é o de relacionar o método psicanalítico de Freud e o método genealógico (de Nietzsche, com influências em Derrida e, especialmente, em Foucault). Sucintamente buscarei descrever o segundo para depois observar onde toca e onde se afasta do que Freud construiu em sua prática, bem como comentarei também os 59 anos do golpe de Estado de 1964 a partir destas reflexões sobre história. Genealogia da moral, uma polêmica (NIETZSCHE, 1887) é o texto nietz

Um ato falho histórico ou O Inconsciente nas franjas do marketing

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 - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Em minha última postagem, feita domingo passado, eu havia escrito que aquela seria a última antes das eleições - e que comentaria as eleições somente quando terminassem. No entanto, como se percebe, estou postando na véspera das eleições: o motivo é que há um evento estético-cultural a se comentar ainda hoje - o debate para presidente organizado e transmitido pela TV Globo na noite de sexta-feira 28 de outubro. Ou melhor: comento aquele debate pois o próprio debate articulou inconsciente, política e estética, de bandeja, para ser comentado. Não me furtarei a isso. Ainda mantenho minha relutância em comentar o processo eleitoral - isto fica para depois que o jogo acabar. Jair Bolsonaro e Luís Inácio Lula da Silva no debate para presidente da TV Globo, segundo turno de 2022 Todavia, o jogo chamado 'debate' deve ser comentado. Ao contrário do que a

O professor é o mestre?

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  - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Dia 15 de outubro é o dia do mestre, do professor, no Brasil. Este blog, vale lembrar, é uma atividade de extensão universitária minha - ou seja, escrevo aqui de um lugar: o de professor universitário. Tendo em vista que, na semana que se inicia hoje, ocorre a Agenda Acadêmica da UFF e que nela participarei de uma mesa-redonda com as colegas Nilda Sirelli e Thaís Klein a respeito do ensino da psicanálise nas universidades, o tema do meu texto de hoje é: como ser professor e transmitir a psicanálise? Eu havia pensado em escrever algumas notas a respeito, ainda, do processo eleitoral para presidente, as lutas das campanhas eleitorais do segundo turno e a respeito do primeiro debate entre Bolsonaro e Lula após o resultado do primeiro turno. No entanto, fiquei profundamente comovido com diversas mensagens que recebi de alunos e ex-alunos, no dia 15 de outu

A Gestalt, o Belo e o Renascimento; a Psicanálise, o desejo e o Barroco

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   - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - 27 de agosto é o dia do psicólogo. Sou psicólogo formado, sou também professor de psicologia da UFF e este blog é uma atividade de extensão deste curso. Porém sou também psicanalista e, para quem não sabe, psicanálise e psicologia não são a mesma coisa, mesmo que desde os anos 1970 para cá, no Brasil, cada vez mais a maioria dos psicanalistas seja formada em psicologia. À rigor sequer se pode dizer que há uma psicologia; há psicologias . Mas, grosso modo , o que as reúne num campo mais ou menos considerado unitário é que se dedicam a pensar a mente humana como um objeto - forçando o argumento eu diria que tomam o sujeito como objeto, mas, para isso, consideram o que é objetivável da subjetividade . Para algumas o objetivável é o comportamento, para outras é a percepção, para outras o desempenho intelectual - e há ainda outras.  Auto-retrato com