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Máscaras, inteligência artificial e logro

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 SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Ano passado, considerando o Carnaval, publiquei uma postagem sobre esta festa popular, focado principalmente na prática do uso de máscaras. O texto ainda se encontra neste blog e se chama "A polissemia das máscaras", datado de 23/04/2022, por conta do Carnaval postergado pelo prefeito do Rio de Janeiro por precauções a respeito da possível disseminação do COVID-19 que, em fevereiro daquele ano, ainda estava alta. Eu retomo o tema das máscaras neste Carnaval, mas por outra via. Desta vez me interessa contrapor o jogo de ilusão produzido pelo uso das máscaras com outro que, nas últimas semanas, tem feito barulho entre usuários da internet interessados nos rápidos avanços da tecnologia da informação: a disponibilização de instrumentos de inteligência artificial avançados que, segundo os mais otimistas, de fato, pensam. Alguns temem o desenvolvime

Parir

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  - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Leiamos o poema abaixo de Arnaldo Antunes, Grávida , publicado em 1991 como canção interpretada por Marina Lima em seu álbum intitulado simplesmente Marina Lima : Grávida: "Eu tô grávida Grávida de um beija-flor Grávida de terra De um liquidificador E vou parir Um terremoto, uma bomba, uma cor Uma locomotiva a vapor Um corredor É que eu tô Tô grávida Esperando um avião Cada vez mais grávida Grávida Estou grávida de chão E vou parir Sobre a cidade Quando a noite contrair E quando o Sol dilatar Dar à luz É que eu tô Tô grávida De uma nota musical De um automóvel De uma árvore de Natal E vou parir Uma montanha Um cordão umbilical Um anticoncepcional Um cartão postal É que eu tô Tô grávida Esperando um furacão Um fio de cabelo Grávida Uma bolha de sabão E vou parir Sobre a cidade Quando a noite contrair E quando o Sol dilatar Dar à luz E quando o Sol

A arte das artes: mais uma contribuição ao debate gerado pelo surgimento de uma graduação universitária em psicanálise no Brasil

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   - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRADUTOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - Michel Foucault, em sua obra póstuma História da sexualidade 4: as confissões da carne  (2018) se debruça sobre os primeiros séculos do cristianismo para nos mostrar de que modo se constituíram as formas de subjetivação que orbitam em torno do tema da carne. Para isso o autor, o tempo todo, demarca as continuidades e descontinuidades entre as práticas de subjetivação da antiguidade em relação ao cristianismo e do cristianismo em relação à modernidade. Meu interesse, aqui, é sinalizar algumas continuidades, descontinuidades e perigos que se transmitem do que a tradição monástica cristã chamou de 'a arte das artes' à psicanálise, herdeira moderna que subverte tal tradição. De certo modo, portanto, este texto continua o debate sobre a transmissão da psicanálise, a formação do psicanalista e qual ética está em pauta nestes processos. Mosteiro de Ta

O Cristo trágico contra o sucesso em Cristo

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 - IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN -  Entre o Natal e o Ano Novo não há mais como desviar do tema do nascimento de Jesus Cristo. Ou melhor, um pequeno desvio ainda se faz - sim, hoje comentarei uma obra estética que discute a vida de Cristo, porém não seu nascimento; o assunto é mesmo sua vida e morte como filho de Deus. A obra é o filme A última tentação de Cristo , de Martin Scorsese, lançada em 1988. Capa do DVD de A última tentação de Cristo  (Martin SCORSESE, 1988) O filme, inspirado no livro de Nikos Kazantzákis, A última tentação (1952), é, provavelmente, a melhor obra cinematográfica a respeito de Jesus Cristo. Ali vemos Jesus como um humano que, por ser filho de Deus, sofre profundamente de uma divisão psíquica : Sou santo ou sou um humano comum? O que desejo ? Atender à vontade do Pai ou seguir outro caminho? Esse sujeito dividido entre o desejo do Outro e aquilo que seria