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Espetáculo e denegação no Mosteiro de São Bento

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  - IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN -  Em Rua de mão única (1923-28), o filósofo Walter Benjamin sugere que a condição de poder pensar uma cidade, sua cultura, sua vida, sua lógica, é a de uma distância necessária. A distância possível, para o autor, se daria através da visita a uma cidade que não é a sua, a estranheza quase etnológica seria a bússola da reflexão crítica. Vemo-lo aplicando isso, por exemplo, a Nápoles ou Moscou em Imagens do pensamento (1925-34). Mas já nesses ensaios a distância não é uma condição a ser mantida, ao contrário, Benjamin acentua a porosidade como condição da experiência, de modo que o sujeito vai, aos poucos, habitando o espaço. É no processo de afetação pela cidade que a reflexão sobre ela se daria, mas o estabelecimento da cidade como hábito/habitação confortável demais já seria o impedimento dessa experiência. É na exploração da cidade, na confecç

A Gestalt, o Belo e o Renascimento; a Psicanálise, o desejo e o Barroco

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   - SE VOCÊ QUISER LER ESTE TEXTO EM SEU IDIOMA, PROCURE A OPÇÃO "TRADUTOR" (TRANSLATOR) NO CANTO SUPERIOR ESQUERDO DA TELA - 27 de agosto é o dia do psicólogo. Sou psicólogo formado, sou também professor de psicologia da UFF e este blog é uma atividade de extensão deste curso. Porém sou também psicanalista e, para quem não sabe, psicanálise e psicologia não são a mesma coisa, mesmo que desde os anos 1970 para cá, no Brasil, cada vez mais a maioria dos psicanalistas seja formada em psicologia. À rigor sequer se pode dizer que há uma psicologia; há psicologias . Mas, grosso modo , o que as reúne num campo mais ou menos considerado unitário é que se dedicam a pensar a mente humana como um objeto - forçando o argumento eu diria que tomam o sujeito como objeto, mas, para isso, consideram o que é objetivável da subjetividade . Para algumas o objetivável é o comportamento, para outras é a percepção, para outras o desempenho intelectual - e há ainda outras.  Auto-retrato com

Trompe l'oeil na formação de psicanalistas

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  - IF YOU WANT TO READ THIS TEXT IN YOUR LANGUAGE, SEARCH FOR THE OPTION "Tradutor" (Translator) IN THE TOP LEFT OF THE SCREEN - Hoje quero falar do  trompe l'oeil . Este termo, cunhado e mantido em francês, pode ser traduzido por 'engana o olho'. Costuma ser utilizado para designar um efeito de ilusão de espaço, de profundidade, de realismo, através de técnicas de perspectiva e jogos de luzes, nas artes plásticas e na arquitetura. Mas quero falar dele na formação de psicanalistas. Trompe l'oeil em mural nas ruínas romanas de Herculano, Itália O termo surgiu no século XVII, mas estas técnicas ilusórias datam de muito tempo atrás, já existiam em Pompéia e Herculano. Ainda assim, o fato de o termo ter sido cunhado no século XVII, na era do estilo barroco, não é sem importância. A arte barroca usou e abusou do trompe l'oeil ; ele está intimamente ligado à lógica daquela produção cultural. Como mostra o historiador da arte Giulio Carlo Argan, em seu livro Im